Ilustração: Brian Cronin | 25 years and change |
Com
o passar dos anos, a nossa fisionomia muda. Mas não é só porque envelhecemos, é
porque a fisionomia vai sendo moldada pelas histórias e experiências vividas, e pela gravidade da nossa personalidade.
É como se a vida fosse, dia após dia, tatuada na nossa cara
com linhas mais ou menos vincadas, assim como o sol nos deixa
sardas na pele, e as preocupações cabelos brancos.
Outro dia, ao subir o elevador, olhei-me ao espelho e
deparei-me com umas tantas histórias na minha cara. Aos trinta anos, o rosto já
não é uma folha em branco.
Lembrei-me logo de uma senhora que conheço e do seu vinco
profundo entre as sobrancelhas. Há algum tempo ela tenta se livrar
daquelas histórias, mas não há medicina estética que redesenhe a vida ou laser que apague o que foi
vivido.
Para o bem e para o mal, não se pode viver impunemente.