Disco "Todos os Olhos", Tom Zé | 1973
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O
disco “Todos os Olhos”, de Tom Zé, está a completar quarenta anos e a sua capa, reconhecida mundialmente e considerada umas das melhores capas do século
XX, ainda causa polémica.
Em
1973, em plena ditadura militar no Brasil, surgiu, por parte de Tom Zé e seus amigos
poetinhas das letras, dos sons e das imagens, a ideia de desafiar a censura com
a criação de uma imagem ambígua para a capa do disco: o olho que tudo vê seria representado por uma bola de
gude en el culo de uma mulher. No
entanto, durante anos discutiu-se a autenticidade da imagem. O olho não era
aquilo que parecia ser! Claro, não era um olho, mas também não era a bola de
gude onde diziam estar. Tratava-se, sim, de uma bola de gude, mas presa entre
os lábios da mulher – na boca.
Quatro
décadas depois, o realizador da imagem, Chico Andrade, resolveu desvendar o
mistério. Sim, era uma bola de gude en el
culo. Mas, revelada e comprovada a versão do autor, o público decidiu que
seria mais interessante se a imagem não fosse aquilo que de facto era e voltou a pôr em causa a autenticidade da imagem, reacendendo a polémica.
A história
soava mais interessante quando o tal olho, que era a bola de gude presa en el culo, era uma bola de gude presa
entre os lábios para parecer ser uma bola de gude en el culo! Afinal, o processo de produção muda o sentido da imagem...
Em todo caso, o olho da capa do disco nem é uma coisa e nem outra. É o que é: uma representação.
Em todo caso, o olho da capa do disco nem é uma coisa e nem outra. É o que é: uma representação.
*bola
de gude é berlinde em Portugal.