Que
a fotografia é uma manipulação da realidade material, isto os teóricos e
críticos já o disseram. Contudo, esta realidade forjada pode atender, em certas
ocasiões, a um desejo de externalizar emoções realmente sinceras e tornar visíveis os sentimentos, evidenciando-os visualmente.
É bem verdade também que os sentimentos já nos dão certas pistas visuais. A paixão, por exemplo, deixa visíveis os seus sinais, independentemente
da engenhosidade fotográfica. Ora, se na semiótica médica, pele e olhos amarelados
revelam-se sinais de icterícia, na “semiótica do amor”, o brilho nos olhos e o ar
aluado são sinais de que o sujeito foi acometido pela paixão... Mas
tais sinais, para o ser apaixonado, podem não ser suficientes. Há quem queira representar de forma veemente
a paixão, eternizar a imagem do sentimento amoroso e a devoção ao ser amado. E
eis que a fotografia, com técnicas das mais primitivas às mais sofisticadas, é capaz
de tornar figurativo aquilo que é abstrato. E aí está uma bela fotografia que ilustra bem o amor, porque o essencial pode ser visível aos olhos.
Arquivo Aliança © Museu da Imagem |
C.M.B
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*** Eu
sei que aqueles que me conhecem vão dizer que este blog está a se tornar um lugar
muito romântico, e que isto não combina nada, nada comigo. Em minha defesa, só
tenho a dizer que o amor é assunto sério. Das ciências médicas à poética das
ciências, o amor é um assunto seríssimo!
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